O Que Mais Temia



O Que Mais Temia é uma história de dois adolescentes que se amam...


- Idiota...

- Eu ouvi isso, Brea!

- Era para ouvir mesmo, imbecil!


Bem, eles amam-se... de uma maneira diferente, mas amam-se...


O que fazer quando a pessoa que mais odiamos, é a pessoa que mais amamos?



sábado, 9 de julho de 2011

Capítulo 2 - Ele Só Me Arranja Problemas

Eu já estava a bufar. E vocês perguntam-me porquê e eu digo-vos que eu e a galinha ao meu lado, já estávamos há dois minutos contados a olhar para a cara daquele marrado.
- Impaciente, menina?
- Digamos que ficar aqui a olhar uns para os outros não é algo para que eu tenha muita paciência, Senhor. – Eu respondi, tentando não parecer muito alterada.
- Professor, diga logo o que vamos ter que fazer… porque eu não gosto de estar no mesmo ambiente que certa gente insuportável. – Ele respondeu, presunçoso.
- Insuportável? Eu? O único incómodo aqui, és tu, ó galináceo!
- Galináceo? Eu? A única aqui que não para de chatear és tu.
- Birrento.
- Impertinente.
- Imbecil.
- Irritante.
- Aha, já me chamaste esse hoje!
- Não chamei não!
- Chamaste sim!
- Não, não chamei!
- Chamaste.
- Não.
- Chega! – O director que até então só avaliava a nossa discussão fez-se pronunciar muito calmamente.
- Também já nos disseram isso hoje – sussurrei baixinho.
- Que vocês não se suportam, já a maioria das pessoas desta escola deve ter percebido… e vocês estão aqui não faz nem 1 hora… Bom, como é o primeiro dia… vamos disfarçar que houve apenas uma desavença, e vocês passam apenas com um aviso: Se voltar a acontecer, os dois…, independentemente de quem quer que tenha começado, ficam de castigo. Estamos entendidos?
Nós assentimos e o director dispensou-nos. Seguimos para a sala em silêncio… quer dizer… eu comecei a correr para a sala, por outro caminho, já que não queria seguir com o convencido que estava ao meu lado.
Enquanto andava apressada pelos corredores daquela escola desconhecida, ouvi alguns barulhos atrás de mim. Mas, porque é que eu vim por aqui mesmo? Só para não ter que ficar ao lado daquele… daquela coisa intolerável… ai! Agora perdi-me. Perfeito, este dia não podia estar a correr melhor.
- Posso ajudar? – A voz que se pronunciou atrás de mim tinha algo de misterioso, mas ao mesmo tempo era forte e fazia-me sentir segura por alguma razão.
- Bem, digamos que eu realmente preciso de ajuda. Podes-me dizer onde fica a sala… - parei de falar enquanto me virava. Mesmo o corredor sendo muito mal iluminado, eu pude notar a presença masculina que me tinha auxiliado e digo-vos uma coisa… ele era lindo, com um L super-maiúsculo.
Ele pareceu notar a minha paralisação momentânea e sorriu com simpatia e não presunçosamente, como certos morenos… - Sala…
Eu acordei dos meus devaneios, quando ele repetiu “sala”… - Sala A_12, por favor. – Ainda havia uma quebra na minha voz.
- Sempre em frente neste corredor e depois vira à direita.
- Ok, obrigada pela ajuda. – Já estava a afastar-me, quando…
- Como é que disseste que te chamavas? – Essa foi uma forma bastante original de me perguntar o nome.
 - Brea. – Eu andava de costas, quase no final do corredor.
- Andrew. Espero ver-te em breve. – Ele deu um passo em frente, de forma que parecia que eu ia ouvir melhor.
- Igualmente. – E virei à direita.
Ah… finalmente alguma coisa boa neste dia… ou melhor, alguém bom. De repente, dou por ele quando esbarro em alguém forte, alto, (esplendidamente musculado) e que tinha um perfume, que quase me fez ficar tonta, ainda bem que ele estava a segurar-me…. Quem seria o próximo Deus que ia conhecer? Será que eu enganei-me e vim para uma escola de artistas e modelos? Ups… foi só eu falar… parece que vim mesmo foi parar ao jardim zoológico… porque eu bati contra a GALINHA IDIOTA… (opa, opa, opa… pode ir largando-me).
- Podes me largar, obrigada. – eu disse contrariada.
- Pois a mim parecia-me que ias cair por ser eu a segurar-te. – podem por arrogância no tom de voz dele. Espera! Era assim tão evidente? Nota Mental: Parar de ficar tonta, nervosa ou com falta de ar quando estiver perto da “coisinha com penas”.
- Eu, por um acaso, perguntei-te o que estava a parecer? Não. Então, abre logo a porta, porque eu não estou para ficar a discutir com um palerma na frente da sala. – eu disse alterada.
- Pois então podemos discutir noutro lugar. – Ele disse malicioso. Espera… tenho que fazer esta pergunta, porque tive a pequena impressão que ele estava a ser malicioso!? O QUÊ?
Talvez porque ele soubesse que eu ia estourar com aquela provocação, ele abriu a porta no mesmo instante em que eu gritei em alto e bom som – O QUÊ SEU IDIOTA? – upss… alto demais. Acho que eu tinha a turma toda a olhar para mim. Ups, errei outra vez. EU TENHO A CERTEZA que todos estavam a olhar para mim. – ups, desculpem.
- Está a ver professor, ela é maluca e tem estes ataques, e depois eu é que vou ao director. – a fingir-se de inocente… ah, que raiva.
- Quem vai ter um ataque aqui vais ser tu! – É, digamos que eu... PASSEI-ME… e que na hora eu não pensei muito e saltei para cima dele… mas não era com essa intenção. Aparentemente, ele não estava à espera desta minha atitude. Conclusão: Ele caiu ao chão, deitado e eu em cima dele. Ups, outra vez.
- Menina Brea, saia de cima do seu colega. – O professor por algum instante parecia estar a achar graça. Espera, ele estava mesmo a rir-se! Aff, graças a Deus que ele não está chateado, senão tínhamos que ir de novo para o…
- Director! – MAS PARA QUE É QUE EU FALO ANTES DA HORA?? E aquela galinha de meia tigela ainda se riu! – OS DOIS!
Ahahah, parou de rir na hora! – Mas professor… - ele tentou argumentar, porém o professor estava incisivo na sua decisão.
- Ambos sabemos do seu talento para irritar as pessoas, e não acredito que a menina Brea tenha ficado irritada com o menino de uma hora para a outra, no entanto essa vossa intolerância um com o outro precisa ser remediada… já que é impossível eliminá-la… por isso os dois podem tomar o caminho que estavam a tomar à 15 minutos.
E pronto! Estava eu e a galinha a caminhar para a sala do director OUTRA VEZ, em apenas 30 minutos! Mas, quem é que consegue superar este recorde?
Chagamos à sala, eu já nem tinha mais coragem em bater à porta para entrar. Foi então, que ele pediu licença (pois, afinal ele ainda tem educação com algumas pessoas…) e lá estávamos mais uma vez. Eu, a galinha e o director que parecia que nos queria mandar para o Inferno de uma vez. Desta não tínhamos escapatória.
Agora sim, este dia não podia estar melhor.

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