O Que Mais Temia



O Que Mais Temia é uma história de dois adolescentes que se amam...


- Idiota...

- Eu ouvi isso, Brea!

- Era para ouvir mesmo, imbecil!


Bem, eles amam-se... de uma maneira diferente, mas amam-se...


O que fazer quando a pessoa que mais odiamos, é a pessoa que mais amamos?



quarta-feira, 13 de julho de 2011

Capítulo 5 - Fim-de-Semana Parte 2

Pedi ao Thiago para irmos embora porque já estava a ficar tarde, mas a razão principal é que não queria chegar a casa e ouvir a minha mãe a dizer: “Já viste que horas são menina Brea?”, a famosa frase que me punha de castigo umas quantas vezes, mas enfim. O Thiago sabia o motivo de eu querer ir embora, então concordou e levou-me até a casa. Mesmo eu dizendo para ele não o fazer porque sabia o caminho e não precisava de uma “ama” para tomar conta de mim até lá, mas ele veio com uma conversa de protector e levou-me. No fundo, bem no fundo, eu até queria que ele me levasse até casa porque afinal ele é o meu melhor amigo e eu amo a companhia dele por isso.
Estávamos quase a chegar quando ele veio com uma conversa extremamente irritante pois tinha como tema aquela coisa que tem a mania que é boa.
- Sabes Brea cá para mim, tu e o Josh, uiui, isso ainda vai dar alguma coisa!
-Thiago, tu estás bem?! Bebeste alguma coisa no bar da praia, não foi? Eu já te avisei que aquelas bebidas são um pouco exageradas e depois não consegues parar de dizer palermices… como agora!
- Ahaha… muito engraçado Brea. Eu estou a falar muito a sério…
- Meu filho, tens de pensar seriamente numas sessões num psicólogo, é só para o teu bem ok?
-É disfarça, disfarça, vais ver daqui a umas semaninhas andas toda: “ai, o Josh é tão lindo, ai o Josh aquilo” - ele fez uma imitação perfeita… não de mim…, mas daquelas gosmentas que não largam o Josh por nada - e mais bla bla e depois eu vou te dizer: “Afinal eu tinha razão!”
-AHAHAHAH, ó meu deus… a sério, só tu para me fazeres rir, eu NUNCA, JAMAIS na minha vida iria dizer essas palavras sobre esse dinossauro com a mania que é bom!
-Está bem, eu vou fazer de conta que acredito.
-Podes escrever!
Bem, depois desta conversa sem nexo nenhum possível, cheguei a casa, despedi-me do Thiago com um abraço bem apertado e dois beijinhos como sempre; entrei dentro de casa e a minha mãe já estava a preparar o jantar, disse-lhe que já tinha chegado e fui para o meu quarto.
O meu quarto é em tons violeta, rosa velho, cinza claro… assim umas cores muito fofinhas, estão a ver? Pousei as coisas á beira do meu puff e deitei-me na cama, pensando nestes dias que passaram tão rápido até que algo me veio á cabeça: amanhã é segunda -feira e logo no dia seguinte, vou ter que passar a tarde á beira do… enfim, não é preciso dizer o nome dele porque não me apetece partir nada no meu lindo quartinho. 
- Breaaaaaaa, anda jantar!
Sim, foi com está frase que acordei, não sei como adormeci a pensar naquela coisa. Se o sono fosse maior teria pesadelos, com certeza!
Desci, sentei-me e comecei a comer, até que a minha mãe pergunta:
- Então, como foi o teu dia filha?
- Foi bom, estive na praia com o Thiago, quer dizer… foi bom tirando a parte em que encontrei aquela galinha desmiolada na praia e ela me acertou com a bola -.-
-Estás a falar daquele rapaz, com quem vais ter de limpar a escola na terça-feira à tarde?
-Uau, obrigada por me relembrares isso; e sim foi mesmo esse estúpido! Vai ser linda essa tarde vai, se ele me chatear muito ainda o mando pela sanita. – Sim, eu tinha coragem de enfiar o focinho dele numa sanita!
- Eish, calma maninha. – E pronto, lá vem o Idiota Júnior da minha vida… pois, sem mais demoras, apresento o meu irmão: Jonh, o imbecil. Sinceramente, acho que ele e o Josh deveriam escrever um livro, juntos: “Como irritar a Brea em 2 segundos”… essa é fácil… basta, estes dois morcões existirem que, acreditem, já me irrito.
- A conversa ainda não chegou à caverna, John! – Eu disse impaciente.
- Por isso mesmo é que eu vim intervir. – Ele disse calmo.
- Vieste, mas foi meter o nariz onde não és chamado.
- Tudo o que diz respeito a ti e ao teu namorado diz-me respeito, irmãzinha. – Ok… vamos esclarecer umas coisa… o John e eu… , estão a ver os típicos irmãos que se adoram? Pronto, nós não temos nada a ver. Para além de ele ser mais velho, ele tem 19 e eu tenho 15… as nossas características não nos denunciam como irmãos… tenho cabelo castanho, bem escuro, com cachos a caírem-me até às costas… os meus olhos são de um tom chocolate e sou morena. O John tem cabelo castanho, bem clarinho, quase loiro, liso, olhos azuis como o céu e é muito mais pálido do que eu. Sim, eu já tentei convencer a minha mãe de averiguar para ver se não tinham trocado o meu verdadeiro irmão à nascença com este tone… mas ela insiste: “Brea, deixa o teu irmão em paz… para de o chatear.”
- Maninho, no dia em que eu e aquela galinha de 5º categoria… namorarmos – até me custou sair a palavra – podes-me colocar numa camisa-de-forças, porque já vou estar longe da minha sanidade mental.
- Finalmente, já tenho uma desculpa para te mandar para o hospício. – Ele disse animado.
- Meninos, por favor, à mesa não.
- Mãe… o pai? – Sabem, eu nem sei para que é que ainda me dou ao trabalho de perguntar se eu já sei a resposta.
- Ele teve uma cirurgia de emergência…e foi chamado para um plantão… - a minha mãe dizia como se nada fosse, mas eu sabia que ela estava desanimada. O meu pai é médico, cirurgião e está sempre fora em alguma “emergência”, raramente o vejo e a minha mãe é advogada, só estou com ele à noite. Sempre foi assim, passava o dia em casa com o meu irmão e com o Alex… uma espécie de mordomo, guarda-costas, baby-sitter, segurança, o que quiserem chamar.
- Outra vez – o meu irmão resmungou baixinho. – Como sempre…
- Como sempre. – Eu concordei… acho que é uma das poucas coisas na vida em que concordamos…
Quando terminado o jantar, subi para o meu quarto… amanhã seria o primeiro dia de aulas, ainda tinha que preparar muita coisa. Depois de conseguir colocar tudo em ordem e arrumar o meu quarto, tomei um longo banho para relaxar e num momento de pura insanidade, essa seria a única explicação para o que se sucedeu, comecei a pensar no idiota.
- Estou a ficar maluca – murmurei enquanto saía do banho - … completamente.
Depois de me vestir, o meu “lindo” irmão veio atazanar-me a pouca paciência que ainda tinha.
- Preparada para rever alguém especial amanhã?
- O meu professor de educação física é giro… mas ainda não o considero uma pessoa especial – eu disse a rir-me.
- Hahaha… muito engraçada… é o Josh.
- Como é que tu sabes o nome dele? – Eu perguntei surpreendida.
- Eu vi a vossa “discussão” na praia e, digamos que eu o conheço… -
Pois, bem me parecia… era muita inteligência rara semelhante. – De onde?
- Nós jogamos na mesma equipa de futebol.
- Os Vikings?
- Sim.
- Agora está tudo explicado…
- Porquê?
- Vocês provavelmente devem ter batido com a cabeça em alguma coisa num dos treinos e ficaram assim… meio tonichas… A queda deve ter sido feia.
- Hahaha… - ele atirou-me uma almofada e depois eu bati-lhe com outra e… bem, vocês entenderam, começamos uma boa luta de almofadas, ONDE EU SAÍ… a perder. -.-
Depois de ele parar de falar na equipa de futebol dele, “Os Vikings”, fui dormir… amanhã seria um longo dia, se bem que terça seria maior, mas o amanhã bastava para ocupar a minha mente com inquietação suficiente.

Sem comentários:

Enviar um comentário