O Que Mais Temia



O Que Mais Temia é uma história de dois adolescentes que se amam...


- Idiota...

- Eu ouvi isso, Brea!

- Era para ouvir mesmo, imbecil!


Bem, eles amam-se... de uma maneira diferente, mas amam-se...


O que fazer quando a pessoa que mais odiamos, é a pessoa que mais amamos?



sexta-feira, 8 de julho de 2011

Capítulo 1 - Conhecendo o Inimigo

Já nasciam alguns raios de sol quando saí de casa, seguindo para a paragem de autocarro. Depois de o ter apanhado, a viagem decorreu normalmente, digo "normalmente" porque não aconteceu nada de especial... algumas pessoas entravam, outras saiam, umas falavam e outras ainda dormiam, umas escutavam música e outras falavam ao telemóvel... umas estavam ali para o trabalho, o que no meu caso é quase o mesmo já que "é dia de escola" e outras ainda vão aproveitar os últimos dias de férias ao sol, na grande cidade da praia... A minha viagem não foi entediante de todo, porque eu estava com alguns amigos... é, eles estavam "nesta" comigo (ou, pelo menos, aparentavam), no entanto, não posso afirmar que foi divertido... o que eu iria encontrar? Logo saberia... ao menos isso era certo. Eu olhava as coisas lá fora... as paisagens, os sítios, as casas e algumas pessoas... tudo estava tão perto, mas parecia, de uma certa forma, inalcançável.
Finalmente, chegamos ao destino desconhecido que, em breve seria o sítio onde passaria grande parte das minhas 24 horas. Era diferente. Na minha outra escola, nós não chegavamos nem a ser metade dos alunos que estavam presentes no exterior desta desconhecida. As pessoas eram diferentes... também, não me posso esquecer que estou numa cidade e não na aldeia a que estava acostumada.
Saímos em grupo, até porque o nosso destino seria "supostamente" o mesmo. Ouvi alguns comentários das meninas sobre os rapazes, para variar. Sim, eu também me interesso por esses assuntos... e sim, encontrei cada "Deus" que até me esquecia que precisava de respirar... porém, eu ainda me encontrava numa espécie de transe distante... teria que me acostumar com isto. Apesar de ter rapazes lindos a passearem por ali e passarem por nós... houve algo que me chamou a atenção. Bem, na verdade foi mais um "alguém" que me chamou a atenção. O cabelo era escuro, liso... mas aparentava algumas ondas... era alto... era capaz de nos tirar os suspiros que se repreendiam. O único defeito daquele estranho maravilhoso era... que ele não deveria estar de costas! De qualquer das formas... era só mais um no meio de tantos rapazes... mas parece, que todas as raparigas daquele espaço partilhavam da mesma opinião... quer dizer, com tantos rapazes para olhar, tudo estava centrado nele... havia algo que atraía os olhares, mas estas minhas teorias mentais vão ter que ficar para mais tarde... porque, infelizemente, acabaram de me furar os tímpanos! Mas, quem foi o idiota que inventou estas campaínhas ensurdecedoras?? Não, não digam! Não quero ser acusada de assassinato de ninguém, pelo menos por agora.
Sem saber bem como, já que eu estava nestas conversas mentais e com o pensamento constante num certo moreno, cheguei à sala de apresentação com os meus colegas. Eles pareciam animados, a ver onde se iam sentar... mas eu ainda estava meia... lenta! Ó, boa! Acho que é desta que eu vou acordar... adivinhem (não que seja muito difícil) quem foi a "Maravilhosidade" que acabou de adeentrar nesta sala?? Sim, ELE! E... ai, ele é muito melhor de frente... Meu Deus, que olhos! (isto devia ser proibido, ainda causa perdição a alguém!) Nunca vi uma cor assim! Fazia-me lembrar o mar num dia de tempestade... um azul que se confundia com leves tons de cinzento. Ok... boa! Esqueci-me de respirar outra vez! Se isto continuar assim, no fim do ano, vou conseguir reter a respiração por mais de 1 hora. Bem, nesse momento desejei que o meu melhor amigo não estivesse ao meu lado, até porque só havia uma mesa vazia disponivel... e devido a isso, ele teve que se sentar com aquela fofoletezinha que não largava o pescoço dele... Bem, pelo menos, a mesa disponível ficava bem atrás da minha, logo ele estaria atrás de mim... logo, acho que vou ter um ataque de coração...
Logo, chegou um professor, já com a sua idade, tinha os cabelos já grizalhos e apresentavam umas mexas brancas bem visíveis, mas o que mais saltou à vista, foi o seu ar cansado. Apesar disso, ninguém deu muita importância e começamos a preencher alguns formulários de dados, que nos tinham sido entregues. Foi então que eu ouvi uma caneta cair ao chão, perto da minha cadeira... Ah... não... só pode ser del...
- Psstt... Apanha-me a caneta - Aquele tom autoritário não lhe saiu muito bem...
- Desculpa!?
- Estás desculpada. Agora dá-me logo a caneta porque eu não tenho o dia todo! - Como??
- Como?
- És surda ou quê? Apanha a caneta! - Esta foi rude!
- A educação mandou lembranças!
- Será que dá para apanhar a porcaria da caneta? - Ele perguntou impaciente.
- Olha tu tens dois braços, não tens? Então, em vez de mandares alguém fazer isso, levanta tu o teu traseiro e vai buscá-la! - A minha irritação estava a alterar o meu tom de voz.
- Desculpa!? - Ele parecia incrédulo, e o seu tom  também estava a aumentar.
- Estás desculpado. - Eu sorri sarcasticamente, mas vitoriosa!
- Posso saber o que está a acontecer? - O professor parecia realmente muito cansado.
- Sim, professor. Digamos de passagem, que algum desastrado deixou a sua caneta cair e ao invés de pedir com EDUCAÇÃO, mandou-me, literalmente, apanhar a caneta no chão.
- É verdade Josh? - Ele não parecia muito surpreendido.
- Mas, é claro que não, professor. Eu jamais faria isso, ainda mais com uma rapariga.
- Como? - Eu perguntei incrédula.
- Oras... professor, provavelmente é só mais uma menina que quer arranjar assunto comigo... e começa a inventar estas coisas malucas...
- Ok, agora foste longe demais idiota.
- Idiota? Falou a chata.
- Egocêntrico.
- Nojenta.
- Palerma.
- Irritante.
- Ok, chega. - O professor não gritou, parecia estar demasiado esgotado para isso, mas o suficiente zangado para aumentar o tom de voz. - Os dois para o director.
- O QUÊ?? - Nós paramos a nossa maravilhosa discussão que estava a ser seguida por todos os alunos.
- AGORA! - Disse o professor.
Óptimo, para além de ser mandada embora na própria apresentação, ainda fui expulsa por causa do Sr"Eu sou todo bonzão e acho que posso mandar". Que ódio... Ah, e vou já aproveitando para dizer que é para esquecer aquelas coisas que eu tinha dito sobre ele... Até parece...
Chegamos à sala do director e logo entramos. Ele parecia já saber do que se tratava. Óptimo, agora era eu, um director mal humorado que parece que andou na guerra antes de vir e a galinha que acha que é melhor que todos neste mundo.
Perfeito. A situação com certeza não poderia ser melhor.

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