O Que Mais Temia



O Que Mais Temia é uma história de dois adolescentes que se amam...


- Idiota...

- Eu ouvi isso, Brea!

- Era para ouvir mesmo, imbecil!


Bem, eles amam-se... de uma maneira diferente, mas amam-se...


O que fazer quando a pessoa que mais odiamos, é a pessoa que mais amamos?



domingo, 10 de julho de 2011

Capítulo 3 - Apresentando Amigos

É, vocês já podem imaginar o sermão que estaria por vir. Também… quem não imaginaria!? Ah, espera, tem uma pessoa que, com certeza, não tem capacidade para prever o que viria a acontecer… pois é, a idiota da galinha sem cérebro.
- Não acredito – começou o director a resmungar… - outra vez? Como é que vocês conseguem? Duas vezes aqui em apenas… - ele olhou para o relógio – 13 minutos!
- Então professor… estámos de volta porque a irritante irritou-se, mas como o sinal já vai tocar… nós podíamos voltar cá outro dia. – Óptima maneira de se tentar escapar… aliás adorei essa “a irritante irritou-se”… é tão pré-histórico… OPA! Encontrei um novo nome para a galinha: Pré-histórico… não, espera… dinossauro!
- Menina Brea, está a ouvir? – O professor tinha que me interromper quando estava a fazer a lista dos “elogios” do parvalhão?
- Sim, estou.
- Muito bem, então estamos todos de acordo, podem ir.
- De acordo com o quê? – Eu perguntei sem pensar. BOLAS! É, Brea… mesmo inteligente, PARA QUEM ESTAVA A OUVIR…
Quando vimos a cara do director, tive vontade de dizer que estava na brincadeira, mas algo me dizia que não ia sair bem. – Ela está a brincar. – O Josh tentou "arranjar" a situação, para não termos que ficar mais tempo ali... ah... Eu JURO que se ele voltar a sorrir daquele jeito presunçoso… eu… ahhhh.
- Menina Brea, pela última vez, você e o Sr. Josh irão limpar todos os corredores desta escola na primeira tarde livre do vosso horário, que coincide com terça-feira.
- Espere… mas todos?
- O que é que entendes por todos, Miss Espertinha? – O idiota está a enervar-me.
- Cala o bico porque a conversa ainda não chegou ao galinheiro. – Ele voltou a sentar-se, já impaciente.
- Sim, todos… ou queria só metade? – Olha… sorriso irónico!
- Na verdade… - algo me disse que era melhor eu não prosseguir esta frase… se calhar, foi a cara que ele me fez.
- É tudo, podem ir! E, por favor, não me apareçam mais aqui... pelo menos por hoje. Não acham que já foi o suficiente?
Mais uma vez, repetimos o processo de assentir e deixar o gabinete. Decidi que era melhor seguir o mesmo caminho que o menino aqui do lado… por mais tentador que fosse encontrar aquele loiro…
- Óptimo! Vou ter que desperdiçar a minha tarde livre a limpar os corredores… e ainda por cima com a…
- Diz aquilo que eu estou a pensar que vais dizer, e eu juro que não vais poder procriar no futuro! – Já estava, sinceramente, extremamente irritada.
- Eiii! Calminha aí, ó insuportável.
- Ah, já estou a ver… para a galinha parar de cacarejar, eu apenas tenho que ameaçar aquilo que, supostamente, tem de maior importância…
- Até parece… tu? Ameaçar? – Sim, o palerma começou a rir-se como um perdido.
Hora de entrar naquela sala, antes que eu lhe dê um belo de um murro naquela linda cara… OPA! Eu disse linda? Queria dizer… estúpida cara.
- Podemos professor?
- Desde que não comecem com as vossas discussões e que não saltem para cima de ninguém, estão autorizados a entrar na sala quando quiserem – O professor disse com um sorriso simpático. O problema foi que o idiota, que já vinha a rir-se desde o início do corredor, quando chegou e ouviu essa de “não saltem para cima de ninguém”, riu-se mais ainda… eu até pensei que ele ia ter um ataque… QUE BENÇÃO QUE SERIA!!!
- Josh!? – O professor chamou.
- Sabe o que é professor… - eu comecei – é que ele descobriu que é a prova viva de que o homem pode viver sem cérebro – eu ri-me assim como o resto da turma, excepto as meninas, o professor tentava reprimir o riso, enquanto que o Josh sentou-se na cadeira amuado.
O dia a partir daí decorreu normalmente… Também, eu já estava farta da anormalidade que me perseguia. Segui para a casa com o meu melhor amigo ao meu lado… ainda nem tínhamos falado quase nada hoje…
- E então Thiago… como vão as coisas?
- Bem, e a… espera, nem preciso perguntar, já vi que simpatizaste de primeira com o…
- Dizes o nome dele, e eu juro que te mando pragas até ao final do dia – disse irritada.
O Thiago era o meu melhor amigo, assim como já deu para perceber. Não que fossemos muito apegados… aliás, o ano passado quase nem nos falávamos… só de vista, mas digamos, que ele compreende-me muito bem… não preciso estar a contar o que aconteceu porque ele entende com um simples olhar… às vezes ele entende as coisas mesmo antes de elas acontecerem.
- Eu até diria que tanto ódio, para quem só se conheceu há duas horas… isto seria mais amor…
Digo-vos uma coisa, vocês provavelmente não me devem estar a imaginar com uma cara assassina, ou talvez estejam… de qualquer das formas… ele entendeu a ameaça, porque ao contrário de certos indivíduos irritantes, ele conhece-me e sabe que eu não lido muito com provocações… eu costumo passar logo à parte… “VAIS APANHAR!”
- Ok, ok, eu já não digo mais nada.
- E então, como vai a Anna? – Perguntei, tentando mudar de assunto.
- Bem… ela vai bem. – ele disse com um ar distante… distante demais…
- Aconteceu alguma coisa? – eu perguntei preocupada.
- Que eu saiba não… Mas algo me diz que sim. – ele disse meio abalado.
Sim, para quem ainda está na dúvida… a Anna é a namorada do Thiago. Apesar de ela não gostar lá muito de mim… bem, pensando melhor… ele detesta-me, precisamente pela razão de o Thiago ser o meu melhor amigo. A Anna foi frequentar uma escola que fica do outro lado da cidade e, mesmo eu não passando muito tempo com ela, tenho notado uma certa distância imposta pela mesma…
- Encantado com a escola? – eu tentei mudar de assunto de novo – Jesus… aquilo é cada labirinto…
- É mesmo… mas eu ainda não tive oportunidade de a conhecer tanto quanto tu… - ele riu-se e eu dei uma risada irónica.
- Rindo do quê? Posso saber? – Keira foi um dia uma das minhas melhores amigas… mas ela sempre teve um temperamento tão difícil quanto forte… tornando-se por vezes quase que insuportável e numa dessas desavenças sem motivos, acabamos por nos afastarmos bastante. Mesmo sendo amigas agora, já não temos aquela confiança que outrora tivemos.
- Sim, estávamos a falar sobre como o Thiago já conquistou metade das raparigas da escola. – eu sinceramente não estava com o mínimo interesse em explicar-lhe que estávamos a falar, MUITO INDIRECTAMENTE, da galinha sem cérebro.
- Até parece Brea… - Apesar do Thiago ter entrado no jogo, apesar de ele ter dito aquela piadinha e de ele ainda se rir, eu sabia que havia algo de errado com o meu melhor amigo e, ao contrário do que ele me tinha dito, algo realmente aconteceu.

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