O Que Mais Temia



O Que Mais Temia é uma história de dois adolescentes que se amam...


- Idiota...

- Eu ouvi isso, Brea!

- Era para ouvir mesmo, imbecil!


Bem, eles amam-se... de uma maneira diferente, mas amam-se...


O que fazer quando a pessoa que mais odiamos, é a pessoa que mais amamos?



quarta-feira, 13 de julho de 2011

Capítulo 4 - Fim-de-Semana Parte 1

Quando desci do autocarro, apenas um pensamento invadiu-me por completo: PRECISO DORMIR! Acreditem ou não… este dia acabou comigo… e não, não foi por causa do idiota ao qual eu me recuso dizer o nome.
Cheguei a casa, toquei à campainha… sim, tinha as chaves, mas não tinha vontade nenhuma de as procurar na minha bolsa.
- Então, como correu a escola? – A minha mãe perguntou. Óptimo, hora de contar para a minha mãe que fui duas vezes, em 13 minutos, para o gabinete do director e ainda fiquei de castigo na minha primeira tarde livre.
- Foi… mais ou menos. É que eu conheci um rapaz super-irritante, chato e insuportável e graças à sua plena falta de educação, fomos mandados para o director – a minha mãe olhava espantada – duas vezes… e vamos ter que limpar todos os corredores nesta terça-feira à tarde. – Agora que penso, não deve ser tão mau assim, quer dizer, ainda vai ser o inicio das aulas, logo os corredores não devem estar tão sujos assim… eu acho.
- Não sei o que dizer – a minha mãe parecia incrédula – o que é que fizeste?
- Oras mãe… aquele rapaz era insuportavelmente provocador… e eu passei-me com ele. – tentei explicar-me…
- Veremos se vocês vão continuar a implicar-se depois dessa tarde… - quando ouvi isso, tive a ligeira impressão de que esta frase tinha vindo em diversos sentidos.
- Enfim… tenho agora este fim-de-semana para relaxar e segunda-feira volto… só espero, sinceramente, que ele pare de me irritar! – eu falava isto enquanto subia as escadas, e a minha mãe possuia um estranho sorriso no rosto.
Necessariamente, precisei marcar algo com o Thiago neste fim-de-semana, por isso fomos para a praia… sim, precisamente no local onde é a minha nova escola. Só espero não encontrar certas pessoas… Bem, mas voltando ao assunto “Thiago”… como eu disse, estou preocupada, algo me diz que aconteceu alguma coisa e eu vou descobrir o que é, mesmo que ele não me queira contar o que aconteceu, eu vou descobrir… e nada me tira da cabeça que foi aquela namorada esquisita dele… quer dizer, onde já se viu!?… ele contou-lhe que ia estudar numa escola muito desenvolvida e bem falada e ela vai para a escola que fica, precisamente, do outro lado da cidade… Ela é bem estranha… Bem, mas voltando ao assunto “Fim-de-semana com o Thiago na praia”, digamos que não poderia ter sido melhor. Sim, olharam para nós, várias vezes de lado, por nos rirmos como dois palermas no meio da praia e por fazermos cada cena… mas isso é um caso à parte. Mas, vejam as coisas do meu ponto de vista… estive com o meu melhor amigo, a pessoa com quem mais gosto de estar, a fazer a coisa que mais gosto, que é expressar a minha insanidade infantil (por outras palavras… maluquice) e no lugar com que mais me identifico, a praia. Muitos admiram este sítio pelo pôr-do-sol, pelo grande mar que se estende aos nossos olhos, pela areia que domina a maior parte da área… Pelo som das ondas a quebrarem-se ou, simplesmente, pela bela visão que nos é proporcionada. Eu poderia usar todos estes motivos como as minhas razões para amar a praia de coração, mas sinto que há algo mais… e, muito provavelmente, nunca saberei o que é esse algo mais… mas também é isso o que me fascina, o incógnito… o desconhecido… prefiro que se mantenha em sigilo esta identidade que o meu cérebro procura, mas que o meu coração esconde.
- Vais-me contar o que se passou com a Anna? – eu perguntei, olhando o horizonte.
Ele surpreendeu-se, pensava que eu estava concentrada no mar e parecia cogitar a ideia – Ela… anda estranha…
- Anda estranha? Porquê?
- Sei lá… parece distante… parece que… não se importa mais – ele respondeu olhando o mar também, e eu percebi que até aí era o máximo que ele sabia…
- Sabes que essa história tem mais coisa, não sabes?
Ele assentiu e voltamos às piadas. Apesar de tudo, o Thiago era um rapaz de bem com a vida… sempre levava tudo na maior e sempre com graça… E, se vocês pensam que o Thiago é apaixonado pela Anna e que está super-triste com a distância repentina dela… é aí que vocês se enganam… aliás, se eu não o conhecesse… diria que ele não está nem preocupado com isso, porque foi só uma rapariga piscar para ele, que ele arranjou uma desculpa e foi ter com ela… ahaha malandro!
- Vou dar uma volta por aí…
- Sozinho? – eu provoquei sorrindo…
- Ora… tu conheces-me! – e rimo-nos mais uma vez. E não, não me recriminem, ele sempre fez isto… e não é bem traição… é mais… um método de conhecer novas pessoas, fundamentalmente do sexo feminino, mas isso não vem ao caso.
Decidi dar uma volta também… mas eu iria mesmo sozinha. Estava a andar perto do mar… sentindo a água fresca quando… POW! E todos vocês querem saber o que foi esse POW! E eu digo-vos: Alguém, com certeza, deve ter uma mira pior do que a minha… porque eu acabei de levar com uma bola… e olha que era bem pesadinha para ser uma bola de praia, porque eu caí REDONDA na areia… estava distraída… fazer o quê?
- Eishh… desculpa aí gata… - Gata? Mas quem é que este individuo pensa que é… para vir com essa cantada… espera! Eu conheço esta voz lerda de algum lugar… Ah não! Não! Tudo menos isto… mas até em fim-de-semana ele me persegue?
- TU!? – Eu acho que falei um pouco alto de mais… e com bastante certeza para quem ia fazer uma pergunta… bem, paciência.
- Tinhas que ser tu, prazer em revê-la Miss Enjoadinha! – Ele disse já perdendo o entusiasmo na “gata”.
- Eu mesma, muito pouco prazer em revê-lo de novo… ah… como era mesmo o teu nome… sim, eu tenho óptima memória em lembrar-me dos nomes, mas no teu caso é uma excepção.
- Tu sabes bem o meu nome… eu sei que sim… aliás quem iria esquecer-ME? – ele fez questão de fazer aquela cara de gabado.
Olhei para ele como se estivesse completamente desinteressada – Juro que não sei o que tomas para ficar tão idiota, mas realmente funciona! – Mudei a minha expressão e saí andando, dizendo as últimas palavras ao mesmo tempo que lhe dava um toque nas costas.
Fui ao encontro do Thiago que, aparentemente, já se tinha despachado com a menina que tinha conhecido e que deve, provavelmente, ter visto a minha pequena discussão com o pré-histórico.
- Até aqui vocês se…
- Não acabes essa maldita frase Thiago Petterson! – Disse irritada.
- Detesto quando dizes o meu nome completo – Ele disse emburrado.
- Não sabia que não gostavas do teu nome. - Fingi-me surpresa.
- Não é do nome… é do que costumas fazer a seguir.
- O quê? Ah, isto? – Perguntei, dando-lhe um bom soco… NO OMBRO, GENTE...
- É… - ele disse esfregando com a mão onde lhe tinha acertado – Isso!
Logo a seguir começamo-nos a rir de novo e eu senti a minha nuca queimar… sinal de que alguém me olhava… e eu poderia até adivinhar quem era… aliás, vocês poderiam até adivinhar quem era… todos podíamos… e como eu não sou aquelas tristes personagens de cinema que prefere não olhar e segue o seu caminho em frente, terminando assim a última cena do filme, olhei para trás, para o Sr.”Eu sou um idiota, mas duvido que ninguém saiba disso” e sorri-lhe vitoriosamente.
Brea – 1    Josh - 0

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